MPT lança campanha nacional de combate à xenofobia

Inciativa inclui ações nas redes sociais, vídeos e spots de rádio, além de cartazes e outdoors

Boa Vista – A unidade do Ministério Público do Trabalho (MPT) de Boa Vista lançou, nesta sexta-feira (14), em sua sede, a campanha de combate à xenofobia “Dignidade não deve ser um luxo”, como expressão da função social de que se reveste a instituição.

Para a coordenadora do MPT de Boa Vista, procuradora Safira Nila de Araújo, autora da iniciativa, é de extrema importância a solidariedade em relação à causa social, como o combate à xenofobia em face dos imigrantes e refugiados venezuelanos no Brasil.

Com a presença da imprensa, a procuradora destacou os quatro aspectos das peças, que trazem à consciência do público o fenômeno da xenofobia e exemplos de como podemos exercer a ajuda humanitária em nosso país:

a) A divulgação de igualdade dos direitos a nacionais brasileiros e imigrantes;
b) A popularização de bons exemplos de empregabilidade;
c) Incentivo à qualificação profissional; e
d) Projetos de inclusão social.

Dentre as ações publicitárias que integram a referida campanha, tem-se vídeo com duração de 30 segundos, vídeo case com duração de 2 minutos e spots de rádio, além de cartazes e outdoors.

A campanha, a ser divulgada em nível nacional, conta com redes sociais próprias e serviços de impulsionamento digital para garantir a maior visibilidade possível.

As emissoras de Televisão, rádios e digital influencers foram incentivadas a aderir à Campanha, chamando atenção, em caso de exploração da mão de obra venezuelana. “Queremos que todos enxerguem a situação do povo venezuelano. Que entendam as causas da sua imigração. Que confiem no trabalho do MPT e nos ajudem em nossa missão de erradicar o trabalho análogo à escravidão”, destacou a procuradora do Trabalho Safira Nila.

Questão migratória

A expressiva migração da população venezuelanos vem impactando a América Latina, em especial o Brasil, a partir de 2013. Segundo dados do documento

“A economia de Roraima e o fluxo venezuelano: evidências e subsídios para políticas públicas / Fundação Getúlio Vargas”, entre 2013 e dezembro de 2019, 264 mil venezuelanos solicitaram refúgio ou residência no Brasil, a grande maioria entrando por Roraima. O fluxo começou a se intensificar em 2016, mas foi em 2018 que de fato atingiu números bastante elevados. Ainda segundo esse documento, o estado de Roraima tem sido particularmente impactado pela chegada dos migrantes, em razão da sua fronteira com a Venezuela.

Roraima, com uma população estimada em 600 mil pessoas (IBGE, 2019), a FGV infere que, nesse caso, há um venezuelano para cada três habitantes na unidade da federação.

Diante desse problema humanitário, enfatizou a procuradora, “não podemos ignorar os efeitos que isso trouxe para nossas cidades. Mudança na rotina, medo de faltar recursos públicos para todos e até mesmo a sensação de insegurança com tantas pessoas vivendo nas ruas e praças. Mas é nessas horas que precisamos nos colocar no lugar dos que chegam ao Brasil como refugiado, porque quando a crise é econômica, perdemos dinheiro; quando a crise é política, perdemos a confiança, mas quando a crise é humanitária, não podemos perder a empatia”, concluiu.

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