MPT constata irregularidades nos galpões das Escolas de Samba de Manaus

Todas as escolas fiscalizadas serão multadas por descumprirem os Termos de Ajuste de Conduta

O Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT 11ª Região), por meio da procuradora-chefe substituta Fabíola Bessa Salmito Lima realizou na tarde dessa quinta-feira, 9, uma fiscalização nos galpões das Escolas de Samba do Grupo Especial de Manaus. O procedimento é resultante dos Termos de Ajuste de Conduta (TACs) firmados em maio de 2013 para começar a vigorar no carnaval de 2014, com o objetivo de adequar o meio ambiente de trabalho nesses locais.


A fiscalização foi efetivada nos galpões das escolas Sem Compromisso, Balaku Blaku, A Grande Família, Mocidade Independente de Aparecida e Presidente Vargas, o qual foi ocupado pela escola Andanças de Cigano. As escolas Reino Unido da Liberdade, Unidos da Alvorada e Vitória Régia não foram fiscalizadas, pois estavam com os portões fechados.

A escola de samba Sem Compromisso foi a primeira a ser fiscalizada e a que mais apresentou irregularidades. No galpão haviam várias alegorias espalhadas pelo chão, odor excessivo, roupas estendidas, banheiros precários e até pessoas morando onde só deveriam permanecer durante a jornada de trabalho. A segunda fiscalizada foi A Grande Família que, aparentemente estava em melhores condições, mas ainda não possui requisitos suficientes para iniciar os trabalhos.


A escola Presidente Vargas foi rebaixada do grupo especial, por isso perdeu o direito de uso do galpão dando o lugar a Andanças de Ciganos, que deverá a partir de agora cumprir com todas as normas de saúde e segurança do trabalho determinadas pelo MPT.

O cenário precário se repetiu nos galpões das escolas Balaku Blaku e Aparecida. “Encontramos irregularidades no meio ambiente de trabalho como um todo. Constatamos problemas no sistema elétrico (fios descascados, instalações elétricas perigosas, sem proteção), instalações sanitárias precárias, pessoas habitando os galpões e trabalhadores de forma irregular (sem contrato de trabalho assinado, sem exame admissional)”, relatou a procuradora.


O próximo passo será a execução do TAC, com a cobrança da multa no valor de 8 mil reais por cláusula descumprida. Esse valor é válido para todas as escolas, já que as multas foram estipuladas uniformemente. “Além de cobrar a multa eles terão que, de fato, cumprir com todas as cláusulas do Termo de Ajuste de Conduta porque o objetivo maior do MPT não é cobrar multas, interditar galpões ou impedir o carnaval, pelo contrário, queremos resolver essas questões para que o trabalho seja efetivado”, afirmou Fabíola Salmito.

Entre as principais obrigações assumidas por todas as escolas estão:

- Abster-se de admitir ou manter empregado sem o respectivo registro em livro, ficha ou sistema eletrônico, nos termos do art. 41, caput, da CLT.

- Anotar a CTPS do empregado, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, contado do início da prestação laboral, nos termos do art. 29, caput, da CLT.

- Consignar em registro mecânico, manual ou sistema eletrônico, os horários de entrada, saída e período de repouso efetivamente praticados pelo empregado, conforme determina o art. 74, §2º da CLT.

- Fazer os exames médicos admissional, periódico e demissional de seus empregados, nos termos do art. 168, I da CLT c/c item 7.4.1, alínea “a”, da NR-7.

- Adotar medidas de prevenção de incêndios de acordo com as determinações da NR-23.

- Adotar e desenvolver procedimento operacional para as atividades rotineiras de trabalho em altura, conforme determinações da NR-35.

- Assegurar a realização da Análise de Risco – AR e/ou emitir, quando aplicável, a Permissão de Trabalho – PT, de acordo com o art. 157, I da CLT c/c item 35.2.1, alínea “b”, da NR-35.

- Construir, montar, operar, reformar, ampliar, reparar ou inspecionar instalações elétricas de forma que garanta a segurança e a saúde dos trabalhadores e dos usuários, de acordo com o disposto na NR-10.

- Manter os locais onde se encontram instalações sanitárias limpos e desprovidos de odores durante toda a jornada de trabalho, de acordo com o disposto na NR-24.

- Dotar os alojamentos de armários individuais e com dimensões equivalentes às previstas na NR-24.

Imprimir

MPT intervém e greve dos rodoviários é suspensa

Após reunião com o Ministério Público do Trabalho no Amazonas, na tarde desta terça-feira, o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário e Urbano coletivo de Manaus (STTRM) suspendeu a greve marcada para acontecer no do dia 08 de janeiro de 2014.

Na oportunidade, foi agendada nova reunião de conciliação para o dia 13 de janeiro, segunda-feira próxima, às 9h, na sede do órgão ministerial, onde o Sindicato dos Rodoviários, Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (SINETRAM) e Prefeitura de Manaus por meio da Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU), irão tratar, exclusivamente, sobre o comum acordo para propositura do dissídio  para a convenção coletiva 2012/2013.

O presidente do Sindicato dos Rodoviários se comprometeu a não realizar qualquer movimento paradista até o dia 13.01.2014, e que somente irá realizada assembleia geral da categoria convocando a greve, após o resultado final da reunião agendada para a próxima segunda-feira. 

Imprimir

Defesa do Meio Ambiente de Trabalho completa 10 anos com campanha nacional

Campanha de conscientização ganha reforço na divulgação, em Manaus

O MPT 11ª Região promoveu a divulgação da campanha sobre acidentes no ambiente de trabalho lançada em dezembro de 2013 pela assessoria de comunicação da Procuradoria Geral do Trabalho (PGT). A publicação foi veiculada em um jornal impresso local de grande circulação e é resultante de acordo firmado por meio do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC 54/2007).

Através dos princípios de gerir riscos, prevenir acidentes e promover saúde, a campanha desempenha a função de alertar e conscientizar a população sobre os riscos de acidente no trabalho e a importância de estender a problemática ao conhecimento de todos. O procurador do trabalho e coordenador Regional da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (DODEMAT), Jorsinei do Nascimento avalia a campanha como uma forma positiva de advertir tanto aqueles que trabalham em ambientes de risco, quanto os provedores do trabalho. “É uma campanha que visa conscientizar, não só as empresas, os empregadores de um modo geral, mas principalmente a população, quanto aos riscos de acidente de trabalho e quanto a necessidade de se prevenir, seja na implantação de medidas de proteção coletiva, que é relacionada a adequação do meio ambiente como um todo, tanto em última instância no fornecimento/utilização e fiscalização, quanto ao uso  de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)”, afirmou.

Outro objetivo da campanha é esclarecer que o uso isolado de EPIs, tais como capacetes e botas, por exemplo, não é suficiente para erradicar os acidentes de trabalho. Para Jorsinei a adequação do meio ambiente de trabalho como um todo é a melhor solução para se prevenir acidentes de trabalho. “É uma campanha diferente de todas as campanhas anteriores, porque quando se fala em prevenção de acidentes de trabalho, sempre se fala em EPIs, no entanto sabemos que essa não é a melhor solução para se evitar o acidente. É necessária uma adequação mais ampla, ou seja, a adoção de Medidas de Proteção Coletiva, que justamente a adequação do meio ambiente de trabalho”, comentou.

O procurador destacou ainda o diferencial dessa ferramenta de conscientização, como propósito de despertar o interesse e a preocupação de todos. “Essa campanha torna-se inteligente porque mostra que o acidente em si pode acontecer onde menos esperamos, quanto mais no local onde esse risco de acidente já é conhecido, no caso, o ambiente de trabalho. O MPT 11ª Região tem trabalhando no sentido de exigir dos responsáveis, empresários e gestores públicos, a adequação de seus ambientes de trabalho para que seja possível diminuir esses índices alarmantes de acidentes de trabalho em nosso Estado.”


Link do vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ow2IxT5aKXo&feature=youtu.be



Imprimir

Meio Ambiente de Trabalho no PIM é alarmante, declara Procurador do Trabalho

“A melhor forma de evitar o acidente de trabalho é a proteção coletiva” afirma Jorsinei Dourado do Nascimento

Criada pela portaria da PGT nº 410, em 14 de outubro de 2003, com o objetivo de articular nacionalmente as ações institucionais desenvolvidas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) na defesa do meio ambiente do trabalho, a Coordenadoria de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho (CODEMAT), completou dez anos de atuação. Buscando resguardar a segurança e saúde dos trabalhadores, o procurador do Trabalho do MPT no Amazonas (11ª Região) e Coordenador Regional da CODEMAT, Jorsinei Dourado do Nascimento, fala sobre a dificuldade do órgão ministerial em  reduzir os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, especialmente no Pólo Industrial de Manaus (PIM), onde a situação e condições a que os trabalhadores estão submetidos é alarmante.

Segundo o procurador do Trabalho, dois polos do PIM têm despertado a atenção do MPT, em razão do grande volume de trabalhadores que vem desenvolvendo doenças ocupacionais: o de duas rodas e o de eletroeletrônicos. “O trabalho minucioso, com equipamentos pequenos, de forma repetitiva e muito intenso, e ainda, com uma jornada de 8h acrescida de horas extras diariamente tem sido a causa dessas doenças ocupacionais e é sobre essa forma de trabalho que o MPT está atuando, com o objetivo de eliminar ou minimizar os efeitos nocivos das linhas de produção de forma que o trabalhador não tenha a saúde abalada”, explica.

As estatísticas atuais relacionadas a acidentes de trabalho, conforme Jorsinei Nascimento, são falhas, uma vez que nem todas as empresas emitem as informações ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). “De acordo com os dados do INSS, todos os anos são gerados os índices de acidentabilidade, tanto do segmento em que a empresa atua, quanto somente da própria empresa. Se a média da empresa for maior que a do segmento, a empresa deverá pagar mais tributos. E para evitar que isso ocorra, nem todos os acidentes de trabalho são encaminhados pela empresa ao INSS, apesar de se tratar de uma obrigação legal”, afirma o procurador.

Ainda com a insuficiência de dados, o Amazonas é o vice-recordista de doenças ocupacionais, de acordo com o relatório da Previdência Social do ano de 2011.

Ele explica ainda que, geralmente, a primeira questão observada e solicitada pelo MPT nos procedimentos para diminuir o impacto causado nos trabalhadores é o ajustamento da jornada de trabalho. “As empresas tem tratado a questão da hora extra como se fosse um permissivo habitual. Mas o limite legal de duas horas extras deve ser tratado de forma excepcional, principalmente no caso do PIM, em que é justamente o trabalho intenso a principal causa de doenças do trabalho.  Portanto, em ambiente inadequado de trabalho, o primeiro ponto a ser regularizado é o horário de trabalho”, ressalta.

Outras irregularidades comuns nas linhas de produção são a falta de assentos para que os empregados possam trabalhar sentados ou semi-sentados, a não implantação de determinado número de pausas por período de trabalho e esteiras em ritmo acelerado. Já as doenças mais comuns são bursite, tenossinovite, além de doenças nos ombros, coluna, joelhos, cotovelos, punhos e mãos.

O procurador do Trabalho, Renan Bernardi Kalil, suplente da CODEMAT, explica que a quantidade de doenças geradas em decorrência do trabalho acaba gerando um custo elevado para o Estado brasileiro “porque o trabalhador precisa se licenciar pela Previdência Social e quem arca  é o contribuinte”, explica. Só no ano de 2011 o valor gasto no Brasil em decorrência dos acidentes de trabalho foi de 71 bilhões de reais. “Se as empresas fizessem o investimento adequado para tornar o meio ambiente de trabalho sadio, provavelmente não necessitaria ser gasta uma quantidade tão grande com essa situação”, completa.

Jorsinei Nascimento lembra que o MPT da 11ª Região possui um projeto chamado “Saúde e Segurança no PIM”, responsável por fazer um diagnóstico das condições do meio ambiente de trabalho dessas empresas, considerando as peculiaridades de seu segmento econômico, e buscando soluções para a adequação das irregularidades, de modo a eliminar ou minimizar os efeitos nocivos à saúde dos trabalhadores. 

O procurador do Trabalho enfatizou que o desafio do projeto é atingir o maior número de meio ambientes de trabalho possíveis, desde as grandes até as pequenas empresas, justificando a necessidade de uma atuação mais incisiva de todos órgãos que trabalham na proteção da saúde dos trabalhadores, como o INSS e o MTE, por exemplo. “É uma bandeira que deve ser travada com muita luta e força. Muitos dos problemas que encontramos poderiam ser evitados, se medidas simples, como a aplicação do Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário, fosse efetuada da forma que a Lei determina”, finalizou.


Imprimir

MPT lança edital de seleção de entidades para receber destinação de recursos

Valores podem ser provenientes de indenizações por dano moral coletivo ou multas por descumprimento de obrigações

O Ministério Público do Trabalho no Amazonas (MPT 11ª Região) torna público o edital que visa a seleção de entidades a serem beneficiadas com valores provenientes da atuação do MPT, decorrentes de condenação em demandas coletivas, ou seja, a imposição de indenização referente à reparação de dano moral coletivo ou a fixação de multa por descumprimento de obrigações de fazer e não fazer.

Podem apresentar as propostas de projeto ao MPT, até o dia 7 de fevereiro, os órgãos da administração pública direta e indireta, e Instituições Privadas sem Fins Lucrativos que se conciliem com a atuação constitucional do órgão ministerial.

Para saber mais informações sobre condições de participação, informações que devem conter na proposta, critérios de análise, prazos e disposições gerais, acesse o edital disponível clicando aqui.

Imprimir