MPT/AM articula Ação Solidária para identificar trabalho infantil na produção de espetos em Nova Canaã do Ariaú, zona rural de Manaus
O Ministério Público do Trabalho do Amazonas, por intermédio de sua Coordenadoria de Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Coordinfância), articulou na última quinta-feira (8/12), uma “Ação Solidária” na comunidade ribeirinha de Nova Canaã do Ariaú, localizada à margem esquerda do rio Cuieiras, distante de Manaus 2h30 de lancha.
A Ação foi articulada pela procuradora Alzira Melo Costa, com o objetivo de identificar se as crianças e adolescentes da comunidade estão realizando trabalho de produção de espetos para churrasco, após comunicado do Instituto Nenuca de Desenvolvimento Sustentável-INSEA, que realiza trabalho de inclusão social naquela comunidade.
Para que o trabalho fosse feito de forma mais abrangente, com a participação de muitas famílias, a procuradora buscou parceiros, como Os Correios (fornecendo presentes), a Associação O Pequeno Nazareno (mapeando as famílias) e a Polícia Federal (disponibilizando 02 lanchas), transformando a visita em momento de grande alegria.
Papai Noel na comunidade
Com a companha Papai Noel dos Correios, mais de 60 crianças de Nova Canaã escreveram cartinhas e receberam a visita do Papai Noel, que atendeu a todos os pedidos, desde o boneco Batman, até uma cadeira de rodas. A campanha existe há 27 anos, mas desde 2016 contempla, prioritariamente, cartas de crianças das escolas da rede pública de ensino (até o 5º ano do ensino fundamental) e de instituições parceiras, como creches, abrigos, orfanatos e núcleos socioeducativos, em alinhamento aos programas governamentais.
Trabalho infantil
Após a festa dos presentes natalinos, a procuradora Alzira Melo Costa e a equipe da Associação O Pequeno Nazareno, Iracema Barbosa Martins, psicóloga, Lilian Vasconcelos e Sidivanea Ribeiro Guimarães, assistentes sociais, conversaram com as mães das crianças, mapeando o tipo de trabalho infantil existente na comunidade. Foram relatados que crianças de 5 a 13 anos trabalham na fabricação de espetos, em condições de grande exposição a acidentes. Há famílias que têm 3 crianças trabalhando, nas idades de 6, 8 e 10 anos.
A produção do espeto começa na mata, na extração da madeira, depois, na própria residência, os pais, as crianças e adolescentes fazem os espetos, que serão vendidos a R$ 2,50 o milheiro.
Após esse levantamento, haverá o planejamento de ações para erradicar o trabalho infantil na comunidade de Novo Canaã do Ariaú.