Partidos políticos aderem a causa do combate ao trabalho infantil e dos direitos mínimos dos cabos eleitorais

Representantes de 17 partidos políticos de Roraima (PSB, PP, PSD, PTC, PRTB, PT, PSDB, PTN, PSOL, PD do B, PT do B, PR, PSDC, PSC, PMDB, PTB, PPS) assinaram, nesta quarta-feira, 15, termo de ajuste de conduta (tac) perante o MPT, MPF e TRE onde se comprometeram, entre outras obrigações, a formalizar a contratação de cabos eleitorais por meio de contrato individual escrito e não contratar crianças e adolescentes.

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Todas as cláusulas do tac foram apresentadas pelo procurador do Trabalho César Henrique Kluge durante o evento e aprovadas pelos partidos políticos.

Nos contratos firmados com os cabos eleitorais, os partidos deverão fazer constar os direitos mínimos concedidos a esses trabalhadores, tais como: salário mínimo proporcional, respeitado o salário mínimo hora; jornada de trabalho de oito horas diárias; folga semanal; concessão gratuita de água potável e alimentação; concessão de dois vales transporte por dia de trabalho; concessão gratuita de protetor solar ( FPS mínimo 30), quando necessário.

Para os procuradores do Trabalho, Ana Luisa Zorzenon e César Henrique Kluge, a assinatura do tac significa um avanço na proteção dos direitos dos trabalhadores e no combate ao trabalho infantil. " É oportuno destacar que a assinatura do termo de ajuste de conduta não significa confissão quanto a irregularidades cometidas pelos partidos políticos no passado, mas sim a assunção de um compromisso de que a partir de agora os partidos signatários, expressamente, abraçam a causa do combate ao trabalho infantil e respeitam os direitos mínimos dos cabos eleitorais, que prestam serviços essenciais aos partidos, candidatos e comitês financeiros", destacaram os procuradores.

Os partidos políticos, candidatos e comitês financeiros não poderão, ainda, contratar ou utilizar crianças e adolescentes com menos de 18 anos de idade nas atividades ou manifestações relacionadas à campanha política em ruas, avenidas e outros logradouros públicos ou locais que os exponham em situações de risco, perigo ou que lhes exijam trabalho noturno, penoso, perigoso ou insalubre.

TERMO DE COOPERAÇÃO

Também com objetivo de combater o trabalho infantil durante o período eleitoral, o procurador chefe do MPT 11.ª Região, Jeibson dos Santos Justiniano, e a desembargadora presidente do Tribunal Regional Eleitoral em Roraima assinaram um convênio de cooperação.

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O acordo permitirá o compartilhamento de informações relacionadas à idade das pessoas contratadas para trabalhar nas campanhas eleitorais, com vista a eventual investigação ou ajuizamento de ação judicial pela Procuradoria do Trabalho no município de Boa Vista, por se tratar de matéria que não é competência da Justiça Eleitoral.

Conforme explicou a presidente do TRE, as informações a serem compartilhadas serão disponibilizadas após o julgamento das prestações de contas dos partidos políticos, dos comitês financeiros e dos candidatos, nos casos em que o juiz eleitoral ou o relator constatar a existência de contratação de adolescentes para trabalhar nas campanhas eleitorais.

"Iremos editar uma resolução determinando que as diligências relativas à análise de despesa com os trabalhadores de campanha sejam respondidas com a apresentação de dados identificadores, especialmente, a data de nascimento e o número do título eleitoral da pessoa contratada", ressaltou Vasconcelos.

O convênio vigorará pelo prazo de cinco anos, a contar da data da assinatura, podendo ser prorrogado, se houver interesse. A publicação do inteiro teor ou do extrato do acordo será realizada no Diário da Justiça Eletrônico do TRE.

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Trabalho infantil será combatido durante as eleições municipais de 2012

O Ministério Público do Trabalho no município de Boa Vista assinará nesta quarta-feira, 15, convênio de cooperação com o Tribunal Regional Eleitoral de Roraima para compartilhamento de informações relacionadas a idade das pessoas contratadas para trabalhar nas campanhas eleitorias dos próximos cinco anos. O convenio entrará em vigor já nas eleições municipais de 2012. A finalidade é saber se crianças e adolescentes, com menos de 18 anos, estão sendo contratadas para prestar serviços como cabo eleitoral.

Por meio de resolução a ser editada pelo próprio TRE/RR, as diligências feitas pelo Tribunal relativas à análise de despesas com os trabalhadores de campanhas serão respondidas com a apresentação de dados identificadores, especialmente, a data de nascimento e o número do título de eleitor da pessoa contratada.

Os partidos políticos não poderão contratrar crianças e adolescentes para desempenharem atividades ou manifestações relacionadas à campanha política em ruas, avenidas e outros logradouros públicos ou locais que os exponham em situações de risco, perigo ou que lhes exijam trabalho noturno, penoso, perigoso ou insalubre.

Quando constatada a irregularidade, o TRE/RR deverá encaminhar ao MPT cópia digitalizada parcial ou integral das prestações de contas dos partidos políticos, dos comitês financeiros e dos candidatos. As informações só serão disponibilizados depois do julgamento das prestações de contas pelo juiz eleitoral.

Na oportunidade, será proposto aos partidos políticos, a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) perante o MPT , o MPF e o MPE, onde se comprometerão, entre outras obrigações, a contratar os cabos eleitorais por meio de contrato individual escrito, excluindo os militantes partidários, os afiliados políticos e familiares dos candidatos que desenvolverem seus trabalhos de maneira voluntária.

Deverá constar no contrato de prestação de serviços os direitos mínimos concedidos aos cabos eleitorais, tais como: salário mínimo proporcional, respeitado o salário mínimo hora; jornada de trabalho de oito horas diárias; folga semanal; concessão gratuita de água potável e alimentação; concessão de dois vales transporte por dia de trabalho; concessão gratuita de protetor solar ( FPS mínimo 30), quando necessário.

O TAC prevê, também cláusulas de combate a exploração do trabalho infantil.

Em caso de descumprimento, o partido político pagará multa de 15 mil reais por trabalhador afetado e no caso de trabalho infantil, a multa será de 30 mil reais.

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Procurador geral do Trabalho chama a atenção da efetiva liberdade de organização dos trabalhadores e empregados

Defensor da ratificação da Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) no Brasil, o procurador geral do Trabalho, Luís Antônio Camargo de Melo, encerrou Seminário sobre Direito Coletivo e Relações Sindicais enfatizando a busca pela efetiva liberdade de organização, a chamada liberdade sindical. O evento faz parte da Semana Sindical 2012, promovida pelo Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima (MPT 11 ª Região).

Para Camargo, enquanto o País tiver uma legislação que determina como deve ser a organização de trabalhadores e de empregadores, não se tem ampla liberdade sindical. "Defendo a ratificação da Convenção 87 da OIT para que os trabalhadores e empresários, eles próprios, decidam como devem se organizar (um sindicato por categoria, um sindicato por empresa, por exemplo) e não uma organização definida pelo Estado, ou seja, na forma da Constituição da República", destacou.

O procurador geral do Trabalho fez as considerações no painel Apontamento sobre a Questão Sindical. De acordo com ele, se o País tivesse uma estrutura sindical diferente, com liberdade sindical, teria a médio prazo sindicatos mais fortes e assim haveria possibilidade de negociação coletiva, hoje praticamente inexistente. Ele informou que, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego, o Brasil tem três mil sindicatos de trabalhadores que jamais realizaram sequer uma negociação coletiva.

"Quando se observa que não tem negociação coletiva é porque o movimento sindical é muito frágil e não é representativo dos trabalhadores. Sendo assim, não vai conseguir mobilizar uma categoria para fazer uma greve. E se o empresário não quer negociar, o trabalhador tem de fazer greve", disse Camargo.

O procurador geral do Trabalho entende que ter liberdade sindical não é algo fácil, mas é o melhor caminho. Ele lembra que hoje tem sindicatos que são pelegos e não admitem sequer filiação, porque preferem ficar com meia dúzia na diretoria e estar sempre entre aqueles, até porque sócio vota e é votado. Além disso, o sindicato não precisa de sócio, porque tem contribuição sindical compulsória.

"Não vejo isso (liberdade sindical) acontecer a curto prazo porque há um lobby forte no Congresso Nacional dos sindicalistas, que vem impedindo a discussão de uma reforma sindical e a própria Convenção 87, que o Brasil não ratificou", ressaltou Camargo.

Mais de 200 pessoas participaram do evento, no auditório do Ministério Público do Estado, no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus. Nesta sexta-feira, será realizada uma audiência pública que servirá como canal de diálogo direto com a sociedade e com as entidades sindicais, no mesmo local.

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Sindicatos precisam de mais representatividade e liberdade sindical

Mais de 200 pessoas participaram de Seminário do MPT sobre Direito Coletivo e Relações Sindicais, na última quinta-feira, como parte da Semana Sindical 2012.

A negociação coletiva não é mais difícil que antes, hoje ela nem existe. A afirmação é do procurador regional do Trabalho aposentado, José Cláudio Monteiro de Brito Filho, durante seminário sobre Direito Coletivo e Relações Sindicais realizado nesta quinta-feira, 09, pelo Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima (MPT 11 ª Região), como parte da programação da Semana Sindical 2012.

De acordo com Brito Filho, a negociação é um dos meios de solução dos conflitos coletivo do trabalho mais importantes, mas no Brasil isso está apenas no plano teórico. Ele argumenta que o grande problema da negociação coletiva é que ela está inserida num modelo ultrapassado de relações coletivas de trabalho, de corporativismo e de proteção arbitrária que impede que o sindicato se fortaleça.

"A questão central é se eu (sindicato) sou capaz de mobilizar para exercer pressão contra aquele que tem superioridade econômica. E só consigo fazer isso se a entidade que me representa tiver representatividade", disse Brito Filho, que dividiu o painel sobre Direito de Greve e Negociação Coletiva com o chefe do MPT 11ª Região, o procurador do Trabalho Jeibson dos Santos Justiniano.

Para Justiniano, é preciso maior representatividade na luta das questões sindicais por melhores condições de trabalho por parte da categoria profissional perante a categoria patronal. "Muitas vezes o que a gente percebe é que há interesse de ser líder sindical, mas se deixa de lado o principal o aspecto da luta sindical, que é representar o interesse dos trabalhadores".

O procurador chefe do MPT 11 ª Região lembra que a greve é um direito fundamental da classe trabalhadora, mas ele não é absoluto, há restrições e balizamentos legais a serem respeitados. Segundo ele, quando o empregador causa dificuldades na luta das melhorias das condições de trabalho não resta alternativa a não ser a deflagração da greve.

"O que nós não podemos admitir é que a greve seja instrumento de manipulação para disputas políticas internas de uma determinada categoria dos trabalhadores. E, em determinados cenários, no Amazonas, verificamos que a greve foi uma manipulação de disputa interna", disse Justiniano.

Mais de 200 pessoas participaram do seminário, entre eles sindicalistas, trabalhadores, fiscais do Trabalho e integrantes do Poder Judiciário e do MPT. Outros temas foram discutidos como Organização Sindical: registro e liberdade sindical, Eleições sindicais e representatividade, Fontes de custeio: visão dos atores sociais, Terceirização: reflexos no movimento sindical. O fechamento ficou por conta do procurador geral do Trabalho, Antônio Camargo de Melo, com o painel Apontamentos sobre a questão sindical, que enfocou a busca pela efetiva liberdade de organização, a chamada liberdade sindical.

"Enquanto tivermos uma legislação que determina como deve ser a organização de trabalhadores e de empregadores, não temos ampla liberdade sindical. Defendo a ratificação da Convenção 87 da OIT (Organização Internacional do Trabalho) para que os trabalhadores e empresários, eles próprios, decidam como devem se organizar (num único sindicato, um sindicato por empresa, por exemplo) e não uma organização definida pelo Estado", ressaltou Camargo.

Encerrando a Semana Sindical 2012, na sexta-feira, 10, será realizada uma audiência pública que servirá como canal de diálogo direto com a sociedade e com as entidades sindicais. A finalidade é ter um encaminhamento prático com vistas ao MPT fazer um diagnóstico da questão sindical. O evento segue no auditório do Ministério Público do Estado do Amazonas, no bairro Ponta Negra, zona Oeste. Durante a programação, uma média de 150 pessoas participou do curso de qualificação e formação de lideranças sindicais, no início da semana.

Na quarta-feira, teve cinco audiências administrativas havendo avanços em relação a categoria dos vigilantes, que está sendo dirigida por junta governativa. As chapas eleitorais se convenceram que todas devem concorrer nas eleições, ainda sem data porque depende de decisão judicial. Teve ainda encaminhamento com as colônias de pescadores, que têm problemas de registros e de seguro, com as quais serão realizadas novas audiências.

Deslizes
Em muitas situações de movimento de paralisação das atividades, o MPT 11.ª Região tem verificado que elas não atendem os requisitos mínimos da greve. Entre elas estão a negociação coletiva frustrada, assembléia geral específica para definição de pauta de reivindicação e comunicação com antecedência mínima de 48 horas para atividades comuns e de 72 horas para as atividades essenciais, como transporte coletivo urbano e saúde.

No Amazonas, existem cerca de 190 entidades sindicais registradas, incluindo as colônias de pescadores. Na gestão dos sindicatos, segundo a procuradora chefe substituta do MPT 11.ª Região e coordenadora regional da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (Conalis), Alzira Melo Costa, falta transparência financeira, há confusão patrimonial e manutenção de modelos de negociação coletiva com ingerência e financiamento de empresas.

Segundo o chefe do MPT 11.ª Região, Jeibson dos Santos Justiniano, na maioria dos casos os deslizes são cometidos mais por desconhecimento da direção sindical e do comando de greve quando são instauradas do que por má fé. Ele conta que muitos empregadores não estão querendo sentar com a direção de sindicatos alegando que as greves estão pautadas por disputadas políticas internas e esclarece que isso não dá nenhuma permissão para o empregador não participar da negociação.

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Curso de formação e qualificação de lideranças sindicais abre atividades da semana sindical no Amazonas


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Durante dois dias, sindicalistas e interessados na temática participaram, em Manaus do curso de qualificação e formação de lideranças sindicais que integra a programação da Semana Sindical 2012, promovida pelo Ministério Público do Trabalho no Amazonas e Roraima (MPT 11.ª Região).
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No curso, ministrado pelo Procurador Regional do Trabalho e Doutor em Direito Constitucional Gerson Marques dos Santos, foram abordadas várias questões ligadas ao sindicalismo brasileiro como direitos e garantias sindicais na constituição, sindicato e poder público, condutas anti-sindicais, direito de greve, entre outras.
Participaram do evento 136 representantes sindicais e de colônias de pescadores dos Estados do Amazonas e Roraima.
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A programação terá continuidade nesta quarta-feira, 08, com a realização de audiências administrativas com a finalidade de dirimir conflitos com as entidades sindicais ou de obter mais esclarecimentos sobre fatos denunciados ao MPT.

A procuradora chefe substituta e Coordenadora no Amazonas da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical (CONALIS), Alzira Melo Costa, informa que a semana foi planejada exatamente como uma oportunidade as entidades de classe de o MPT. " Outro objetivo da semana e principalmente do curso é o de capacitar pessoas que queriam exercer o papel de líderes sindicais ou que já estejam no exercício desse cargo", explicou a procuradora.

Na quinta-feira, o ponto alto de evento será a realização do Seminário onde sindicatos e comunidade jurídica-acadêmica irão debater questões sindicais por meio de painéis sobre a Organização sindical no Brasil: Registro e liberdades sindicais; Direito de Greve e Negociação Coletiva; Eleições Sindicais e representatividade dos dirigentes e Fontes de Custeio: Visão dos atores sociais.

Para encerrar a Semana, na sexta-feira, 10, será realizada uma audiência Pública. O evento servirá como um canal de diálogo direto com a sociedade e com as entidades sindicais. A intenção é obter dados que auxiliem na instrução dos procedimentos de forma a subsidiar a atuação dos Procuradores Trabalho que possuam investigações e ações envolvendo a temática.

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